Antes de Godzilla tomar o mundo de assalto em 1954, "King Kong" (1933) da RKO Pictures, foi um sucesso mundial, especialmente no Japão, e a maior influência para o surgimento do gênero kaiju.
"Wasei Kingu Kongu" (和製キング・コング, lit. King Kong Japonês, 1933 ) de Torajiro Saito.
Depois de assistir "King Kong", o desempregado Santa (Isamu Yamaguchi) tem a ideia de se vestir com uma fantasia de gorila e encenar uma peça reproduzindo o filme, usando cenários em miniatura e adereços. Ele pretende ganhar dinheiro suficiente para se casar com a jovem Omitsu (Yasuko Koizumi), e provar ao pai dela que ele não é um pobre vagabundo.
O show é um sucesso, mas um dia, durante uma apresentação, Santa vê Omitsu acompanhada com outro homem na plateia. Cego de raiva ele pula do palco, e persegue o casal, ainda usando sua fantasia de macaco, o que cria pânico e caos pela cidade, com o 'falso Kong' sendo perseguido pela polícia e bombeiros...
A produtora de cinema japonês, Shochiku Studios, havia adquirido os direitos de exibição de "King Kong" no país, e produziu rapidamente essa comédia muda como complemento e divulgação do sucesso americano.
"Wasei Kingu Kongu" foi dirigido por Torajiro Saito, que era bem conhecido no Japão como comediante e produtor na época.
Então, em 1938, outro filme japonês de King Kong foi feito : "Edo ni Arawareta Kingu Kongu" ( (江戸に現れたキングコング, lit. 'O King Kong Que Apareceu em Edo', Jap 1938) de Sôya Kumagai.
No Japão antigo (no período Edo), Magonojyo Go (Eizaburo Matsumoto), quer se vingar de um rico empresário que ele julga ser responsável pela prisão e morte de seu pai muitos anos atrás. Go tem um gorila gigante de estimação chamado 'King Kong' (Ryūnosuke Kabayama)...
... e ele envia seu macaco para sequestrar Chinami (Reiko Mishima), a jovem filha de seu inimigo.
Um drama mudo japonês em duas partes de 1938, produzido pela Zenshō Cinema, sem autorização da RKO. A história não tem quase nada a ver com King Kong, e o monstro se parece mais com um Yeti ou Sasquatch do que com um macaco. Em muitas fotos promocionais, o tamanho de 'King Kong' varia entre o tamanho humano e o gigante. Isso significaria que o 'Kingu Kongu de Edo' seria considerado o primeiro filme de monstro japonês anterior a Godzilla.
No auge da Segunda Guerra Mundial, tanto "Wasei King Kong" quanto "Edo ni Arawareta Kingu Kongu" foram perdidos, pois muitas cópias de filmes dessa época foram queimadas e destruídas. Apenas algumas fotos e matérias de jornais foram recuperadas.
Depois dos dois primeiros filmes de Godzilla, os produtores da Toho claramente sentiram que haviam esgotado a maioria das possibilidades de mais um grande monstro atacando o Japão-e a luta de militares e cientistas para enfrenta-lo. Então eles obtiveram os direitos legais para a sequência de "King Kong" (1933) da RKO, e criaram a 'Batalha do Século!'.
"King Kong vs Godzilla"( キングコング対ゴジラ Kingu Kongu tai Gojira / King Kong Contra Godzilla, Jap 1962) de Ishirō Honda, efeitos especiais de Eiji Tsuburaya (Toho)
Um submarino testemunha Godzilla se libertando de dentro do iceberg em que havia sido congelado.
Godzilla então segue para Tóquio, arrasando tudo em seu caminho. Ao mesmo tempo, uma expedição de uma empresa farmacêutica, à Ilha Farou em busca de uma rara fruta narcótica, encontra o gorila gigante King Kong.
Eles conseguem drogar Kong e rebocá-lo para o Japão.
Como nada mais parece capaz de parar a fúria de Godzilla, parece que o último recurso pode ser colocar King Kong contra ele.
O filme teve suas raízes em um antigo projeto para um novo filme de King Kong desenvolvido por Willis O'Brien, o gênio animador de stop-motion dos filmes originais do Kong. Por volta de 1960, O'Brien desenvolveu uma ideia onde King Kong lutaria contra uma versão gigante do Frankenstein em São Francisco, que se chamaria "King Kong vs Prometheus".
O projeto rodou o mundo em busca de financiamento, e chamou a atenção da Toho, que decidiu trocar Frankenstein por...Godzilla. O Diretor de efeitos especiais Eiji Tsuburaya declarou em uma entrevista em 1960 no Jornal Mainichi, 'A minha empresa cinematográfica produziu um roteiro muito interessante que combina King Kong e Godzilla, então eu não poderia deixar de trabalhar nisso em troca de outros projetos que eu tinha. O roteiro é especial para mim, isso me emociona porque King Kong é que me influenciou a entrar no mundo dos efeitos especiais quando eu o vi em 1933.'
Com "King Kong Vs. Godzilla", a franquia começou a se mover em direção ao que todos os filmes Godzilla subsequentes se tornaram – pancadaria em larga escala entre Godzilla e um ou mais monstros gigantes.
Embora nessa época, Godzilla ainda não tivesse se tornado o defensor do Japão – e não faria por vários outros filmes – e ainda era visto como um vilão, rumores persistiram ao longo dos anos de que havia duas versões de "King Kong Vs. Godzilla" – uma para o público japonês em que Godzilla vence, e uma para o público americano em que King Kong vence. Isso não é verdade – Kong vence em ambas as versões, apesar da versão lançada nos EUA ter sido drasticamente remontada e redublada, ao ponto de parecer outro filme...
https://cinespacemonster.blogspot.com/2016/02/kingukongu-tai-gojira-king-kong-versus.html#more
Fora do Japão e dos EUA, o filme recebeu lançamento internacional, com títulos geralmente traduzidos do original, mas também recebeu nomes diferentes - foi lançado na Alemanha Ocidental como "Godzilla - Schlachtfest der Giganten", na Itália foi "Il Trionfo di King Kong", e na Turquia "Canavarların Gazabı", e na Alemanha Oriental "Die Rückkehr des King Kong"...
Parte do material promocional do filme nos EUA, utilizou fotomontagens colocando o King Kong original de 1933 enfrentando Godzilla, para tentar esconder que o gorila gigante agora, não era mais em stop-motion, mas um dublê com uma fantasia kaiju...
"King Kong Escapes" ( キングコングの逆襲, Kingu Kongu no Gyakushū, lit. 'King Kong's Counterattack'/A Fuga de King-Kong, Jap/USA 1967) de Ishirō Honda, com efeitos especiais de Eiji Tsuburaya.
O submarino Explorer, comandado por Carl Nelson (Rhodes Reason), chega à Ilha Mondo, onde encontram King Kong vivo.
Kong enfrenta Gorosaurus, um dinossauro gigante, e também uma serpente marinha colossal.
O gorila gigante se afeiçoa à enfermeira do navio, Susan Watson (Linda Jo Miller). Assim que as notícias da existência de Kong chegam ao mundo, ele é sequestrado pelo Dr. Who (Eisei Amamoto), um cientista louco empregado por um país estrangeiro, que está tentando aperfeiçoar sua própria versão robótica de Kong para cavar em busca do Elemento X, altamente radioativo, e só encontrado no Polo Norte.
Kong é hipnotizado por um dispositivo eletrônico, e colocado para trabalhar, mas escapa do controle. Susan Watson e seus amigos são capturados pelo Dr. Who e pela Madame Piranha (Mie Hama), mas, Kong nada até o Japão, onde enfrenta sua réplica robótica conhecida como Mechani-Kong.
Os dois gigantes se enfrentam na Torre de Tóquio, e o Kong verdadeiro destrói o mecha, mata Who e seus homens, e nada triunfante de volta para sua ilha natal.
O filme foi uma coprodução nipo-americana entre Toho e a Rankin/Bass, vagamente baseado na série de animação "The King Kong Show" (1966-1967) produzida pela Videocraft International (pertencente a Rankin/Bass), e pela japonesa Toei Animation.
Na série também apareceram versões diferentes de Mechani-Kong, e do vilão Dr. Who...
* Kaijus: King Kong, Mechani-Kong (Mekanikongu), Gorossaurus, Serpente Marinha Gigante.
*** Mechani-Kong (メカニコング Mekanikongu), também conhecido como Robot Kong (ロボットコング Robottokongu), é a versão mecha de King Kong criada pela Rankin/Bass Productions e pela Toho, que primeiro apareceu na série anime de 1966, e depois em "A Fuga de King Kong", e foi a inspiração para mais tarde ser criado o 'Mechagodzilla' !
"King Kong Escapes" tem a participação de atores americanos, mas foi totalmente produzido no Japão, e dirigido por Ishirō Honda. Para o lançamento em inglês, Arthur Rankin Jr apenas supervisionou a dublagem, mas maldosamente adicionou créditos para dar a aparência de que ele dirigiu o filme e que os japoneses apenas contribuíram com cenas adicionais.
Ecoando a série animada, o filme tem um apelo colorido e infantil. Mesmo as cenas com Kong em uma luta livre com o dinossauro e o clímax da destruição em massa da cidade contra o robô Kong são bastante inofensivas.
Especialmente inocente é o relacionamento da heroína com o gorila - em vez de, como foi no "King Kong" , um romance frágil que beira um conto de fadas, aqui é mais como uma menina com um cachorrinho de 40 pés: 'Vá atrás do navio', ela ordena a ele em uma cena...
https://www.dailymotion.com/video/x8muhg9
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